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sábado, 22 de novembro de 2014

Vinde benditos de meu Pai



Com a solenidade de Cristo, Rei do Universo, encerramos hoje o Ano Litúrgico,no qual celebramos os principais mistérios de nossa fé..



As LEITURAS nos falam desse REI e do seu Reino. O Reino de Deus é uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há de vir.



Apresentam TRÊS ASPECTOS da Realeza de Cristo:



Na 1ª Leitura, Deus se revela como um Rei PASTOR, totalmente dedicado ao bem de suas ovelhas. (Ez 34, 11-12.15-17)



O profeta Ezequiel, depois de denunciar os "maus pastores" que exploraram e abusaram do Povo e o conduziram por caminhos de morte e de desgraça, até à catástrofe final de Jerusalém e ao Exílio, consola o povo com uma mensagem de esperança: Deus será o Bom Pastor, que libertará e reconduzirá as ovelhas dispersas para a terra prometida.

Essa profecia se cumpre em Jesus, o Bom Pastor...



A 2ª Leitura apresenta um Rei SOBERANO vencedor da morte e do pecado, estabelecendo uma realeza universal.

Paulo explica o Senhorio universal, a Sabedoria e a Realeza de Cristo Ressuscitado, que é a primícia de todos os que morreram. (1Cor 15,20-26.28)


O Evangelho mostra um Rei JUIZ. (Mt 25,31-46)


Costumamos crer que o julgamento final só acontecerá no fim dos tempos.

A Parábola apresenta o "Filho do Homem" sentado no seu trono, separando as pessoas, como o Pastor separa as ovelhas dos cabritos.

Ele sabe discernir os justos e os injustos. Ele não julga, nem condena.

É a pessoa que se julga e se condena pelas obras de Misericórdia que realizou ou não...

"Vinde benditos de meu Pai… Recebei o Reino que meu Pai vos preparou..."

"Afastai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno..."



* Essa cena não é uma descrição fotográfica do juízo final. É uma Catequese que nos revela que o amor aos irmãos é uma condição essencial para fazer parte do Reino. Cristo protege os necessitados e se identifica com eles.



Quem são as ovelhas e os cabritos?

Às vezes nós nos comportamos como ovelhas e às vezes como cabritos...

Que o Senhor misericordioso nos transforme a todos... em suas ovelhas.

Jesus não aceitou esse título nos momentos de glória:

- Na Sinagoga, onde falava com tanto brilho…

- No Jordão, onde a Trindade se revelou…

- No Tabor, quando apareceu com tanta glória...

- Nos milagres grandiosos... como na multiplicação dos pães…quando até queriam proclamá-lo Rei.

Poderiam confundir com o sentido político desse nome…



Jesus aceitou:



- diante de Pilatos: "Sim sou REI… e para isso vim ao mundo, mas o meu Reino não é daqui".

- na Cruz: num trono bem diferente… diante de um povo hostil que o desafia: "Se és Rei, salva-te a ti mesmo… e desce da cruz…"

Ao Bom Ladrão, que reconhece a sua realeza e suplica pela salvação: "Lembra-te de mim quando estiveres em teu REINO", Jesus lhe garante: "Ainda hoje estarás comigo…"



O Prefácio da Missa também nos fala em que consiste esse Reino:

- Reino da Verdade e da Vida;

- Reino da Santidade e da Graça;

- Reino da Justiça, do Amor e da Paz

= Esse é o verdadeiro Reino de Cristo…



Resumindo:



O Reino de Deus é uma semente que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história através do amor e que terá o seu tempo definitivo, no mundo que há de vir.



No entanto, esse Reino já está no meio de nós.

E Jesus nos convida a fazer parte dele e a trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos os homens… É o que nos convida a rezar, no Pai Nosso: "Venha a nós o vosso Reino."



A Igreja recorda hoje o "Dia do Leigo".

É Vocação de todo cristão viver o Batismo no meio do mundo, trabalhando para a transformação de uma sociedade mais justa e fraterna, anúncio do Reino definitivo.



Prezados irmãos, estamos conscientes de sermos cidadãos desse Reino?

- Ele reina de fato, em nosso coração?

- Trabalhamos para que esse reino chegue ao coração de todos os homens?



Renovemos a nossa fé nessa verdade, cantando:

Somos cidadãos do Reino... do Reino de Jesus de Nazaré...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

                                                                     "CONSCIÊNCIAS"
As pessoas precisam se conscientizar da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país. Conhecer melhor sobre os afro-descendentes que fogem ao estigma da escravidão mais do que saciar curiosidades, nos ensina que, desde cedo, esses brasileiros impuseram, com sua existência, o fato de que a cor jamais os condenou à inferioridade intelectual. Apesar do ambiente que lhes era desfavorável eles alcançaram admiração e respeito assim como muitos outros que lutaram pela conquista de seu espaço.
Às vezes estamos muito próximos de referências históricas importantes e não percebemos, nem tampouco nos alertam para isso na escola. Quando ouvimos O Guarani, de Carlos Gomes, na abertura da Hora do Brasil, por exemplo, é sem saber que o nosso compositor erudito era neto de uma escrava forra. Também não nos damos conta de que o nome Rebouças que batiza viadutos, túneis e avenidas nas maiores cidades brasileiras homenageia o sobrenome de uma ilustre família de políticos baianos negros, do século XIX, cujos membros foram importantes engenheiros, os irmãos André e Antônio Pereira Rebouças Filho, construtores de ferrovias e obras de grande porte. E no esporte: Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo no atletismo, Leônidas da Silva, e Edson Arantes do Nascimento (Pelé) no futebol, Janete no basquete, Machado de Assis na literatura filho de um mulato que pintava paredes (Francisco José de Assis). Chiquinha Gonzaga (filha de uma negra Rosa Maria Neves de Lima) na música, o ex-escravo, filho de negros alforriados, escritor abolicionista Dante Negro do Brasil (João da Cruz e Sousa), recentemente o Exmo. Ministro do Supremo Tribunal Federal-STF, Joaquim Barbosa. Não gosto de citar nomes, pois sempre cometo a injustiça de esquecer vários.
No Brasil não fomos educados como uma nação multicultural e pluriétnica, precisamos concentrar esforços para ampliar o olhar para além do negro escravo e reconhecer o valor daqueles afro-descendentes em segmentos como a literatura, a música, as artes cênicas, as artes plásticas, as ciências, a medicina, o jornalismo, a diplomacia, a guerra, a política, a religião… É o conhecimento da história real que, enfim, ainda precisamos resgatar. Há dezenas de personalidades, passagens históricas e obras relacionadas à cultura afro-descendente que, se conhecidas, mudarão a perspectiva que temos sobre o povo brasileiro e que foram construídas com explícita parcialidade e má fé pela historiografia oficial.
Precisamos buscar referências, pesquisar, demandar, estudar, perceber o nosso entorno, ir além dos livros didáticos, observar e ouvir a expressão da vida e da cultura nas várias formas em que ela se apresenta em nosso meio. Repito, vivemos em uma sociedade multicultural, onde convivem inúmeras etnias e já não é mais aceito que só os conhecimentos proporcionados pela visão de mundo eurocêntrica, branca, católica e masculina estejam representados na maneira como montamos os currículos escolares. A escola é um espaço que é direito de todas as raças. Mas esse é um direito que para ser respeitado não basta a presença física de seus descendentes na escola.
Enfim, idéias e práticas prepotentes de racismo que ainda permeiam a mente e corações de alguns certamente estão sendo abaladas e eliminadas e as mudanças de atitudes sendo concretizadas.
“o Brasil não é um país de população majoritariamente branca, pois 96.795.294 pessoas se declararam “pretas” ou “pardas”, totalizando 50,74% do total *(Caniello Márcio, Brasil mostra a sua cor)
Às instituições criadas em prol da causa negra, meus esfuziantes aplausos e que continuem lutando para eliminar todas e quaisquer práticas racistas. Que o Dia da Consciência Negra sirva, cada vez mais, para esclarecer sobre a grande contribuição do negro na nossa cultura e para a luta por uma sociedade melhor e mais igualitária e que a consciência negra não seja lembrada apenas no vinte de novembro.
Zumbi somos todos nós!!!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Vigiai


Ao aproximar-se o final do Ano Litúrgico,a Liturgi a nos convida a estarmos prontos a prestar conta

a Deus da administração dos bens que ele nos concedeu.

É um apelo à VIGILÂNCIA para a vinda do Senhor, que pode vir a qualquer momento em nossa vida.



A 1a Leitura apresenta a figura da "mulher virtuosa", que sabe administrar a sua casa. (Pr 31,10-13.19-20.30-31)



Esse poema retrata a Mãe de família, que valoriza o trabalho, o compromisso, a generosidade e o "temor de Deus".

Esses valores garantem ainda hoje para todos uma vida feliz, tranquila e próspera.



Na 2ª leitura, Paulo fala da 2ª vinda do Senhor e como devemos esperar e preparar esse momento:

vigilantes e sóbrios na presença do Senhor. (1Ts 5,1-6)



No Evangelho, com a Parábola dos TALENTOS, Jesus fala da sua 2ª vinda no fim dos tempos e a atitude com que

os discípulos devem esperar e preparar essa vinda. (Mt 25,14-30)



Um "senhor" partiu em viagem e deixou sua fortuna nas mãos dos servos.

A um, deixou cinco talentos, a outro dois e a outro um. Quando voltou, chamou os servos e pediu-lhes conta da sua gestão. Os dois primeiros tinham duplicado a soma recebida; mas o terceiro escondeu cuidadosamente o talento recebido, pois conhecia a exigência do "senhor" e tinha medo.

Os dois primeiros servos foram louvados pelo "senhor", ao passo que o terceiro foi severamente criticado e condenado.

A Parábola refere-se à Vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos...

- O "Senhor" representa Jesus, que antes de deixar este mundo, para viajar de volta ao Pai, deixou todos os seus "Bens" aos discípulos.

- Os Talentos são os "bens" que Jesus deixou na sua Igreja: o Evangelho, a sua mensagem de salvação; o Batismo, a Eucaristia e todos os sacramentos, seu amor pelos pobres, sua atenção para os doentes...

- Os Servos, depositários desses bens, são os discípulos de Jesus, somos todos nós, que devemos produzir na medida de nossas possibilidades...



Depositários dos Bens de Cristo...



Nós somos agora no mundo as testemunhas de Cristo e do projeto de salvação que o Pai tem para os homens.

- É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os pecadores do nosso tempo;

- é com as nossas palavras que Jesus continua a consolar os que estão tristes e desanimados;

- é com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os imigrantes que fogem da miséria e da degradação;

- é com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os escravizados e oprimidos;

- é com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado;

- é com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm...



Os que a Parábola nos diz hoje?



A Parábola mostra a grande responsabilidade de quem se omite, deixando que os bens do Senhor permaneçam infrutíferos, privando desta forma a comunidade e o mundo dos frutos a que têm direito.



- os dois "servos" da parábola, que fizeram frutificar os "bens", nos mostram como devemos proceder:

Eles lutaram, esforçaram-se, arriscaram, ganharam.

Não se deixaram dominar pelo comodismo e tiveram a coragem de arriscar.

Também nós não devemos nos deixar dominar pelo comodismo e ter a coragem de lutar contra a injustiça e propor os valores do Evangelho;

Não aceitar que os grandes e poderosos decidam os destinos do mundo e ter a coragem de lutar contra os projetos desumanos que desfiguram esta terra;

Não aceitar que a Igreja se identifique com a riqueza, com o poder e procurar torná-la mais pobre, mais simples, mais humana, mais evangélica;

Não aceitar que a liturgia deva ser sempre tão solene que assuste os mais simples, nem tão etérea que não tenha nada a ver coma vida do dia a dia...



- E o servo, que enterrou os "bens", mostra como não devemos proceder: contentar-se com o que se tem e não querer mais, por medo ou covardia...

Não fazer render os "bens" que Deus nos confiou... não dar frutos...



Como usamos os talentos que o Senhor nos confiou?



- Em muitas comunidades encontramos pessoas ricas de talentos... de estudo, de tempo e de recursos... mas não se doam aos outros...

Dizem que não tem tempo... não tem jeito... e não fazem nada pela comunidade...



- No entanto, encontramos pessoas pobres, humildes, muito ocupadas... e com pouco ou nenhum estudo, que se entregam com generosidade a serviço da Comunidade: nas pastorais, nos movimentos e no serviço de caridade...



* No fim de nossa vida, o que desejamos ouvir?

"Servo bom e fiel... vem participar da minha alegria..." ou "Servo mau e preguiçoso... Servo inútil... joguem-no fora...na escuridão... onde haverá choro e ranger de dente?"



A Escolha será nossa!...

sábado, 18 de outubro de 2014


Deus e César

 

O Cristão é um cidadão como todos os outros:

desfruta dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres.

E os impostos, ele é obrigado a pagar?

As Leituras nos dão uma resposta...

 

Na 1aLeitura, um rei pagão foi "instrumentos de Deus"  

para libertar o seu povo da escravidão da Babilônia. (Is 45,1.4-6)

 

Ciro, Rei da Pérsia, foi um excelente comandante e político iluminado. Conquistou todos os impérios do oriente, inclusive a Babilônia.

No ano 538, depois de conquistar a Babilônia,

permitiu os judeus voltarem à própria terra e

começarem a reconstruir o templo e a cidade de Jerusalém.

O profeta chama o rei pagão de "ungido do Senhor".

Ciro torna-se instrumento de Deus, mesmo sem o conhecer,

sem mesmo ser membro do povo da Aliança.

 

* O texto sugere que Deus é o verdadeiro "Senhor da História"

e que é ele quem conduz a caminhada do seu Povo.

Deus pode se servir de qualquer pessoa para realizar seus projetos.

Pode se servir de dirigentes até sem religião, desde que sejam

competentes, honestos e saibam promover o bem-estar e a paz.

- O contrário também pode acontecer:

Nem toda pessoa "religiosa" e bem intencionada

tem a necessária competência para uma função pública.

 

Na 2ª Leitura, Paulo louva o Senhor, porque a Comunidade de Tessalônica abraçou com entusiasmo o Evangelho, e pela ação do Espírito Santo,

deu frutos de fé, de amor e de esperança. (1Tes 1,1-5b)

É a carta mais antiga de São Paulo.

 

No Evangelho, Jesus responde a uma pergunta política. (Mt 22,34-40)

 

Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao poder romano, fazem

uma pergunta capciosa: "É permitido ou não pagar o TRIBUTO a César?"

 

- Se dissesse SIM: apareceria como colaborador da dominação romana.

  Se dissesse NÃO: seria denunciado às autoridades romanas como subversivo.

- Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta:

  "De quem é essa imagem?

  "Dai pois a César o que é de César..."


   e acrescenta: "...e a Deus o que é de Deus"

 

+ "Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus":

"Dar" significa aqui "devolver" a cada um o que lhe pertence.

Não deve dar a César o que não lhe pertence: a ADORAÇÃO,

devida unicamente a Deus (não aos imperadores...).

* Jesus não nega o pagamento do tributo imperial.

O amor a Deus não tira as obrigações para com a nação.

Mas questiona a pretensão de César de se nivelar a Deus e

exigir dos súbditos culto só devido a Deus.

A resposta reduzia César às suas devidas dimensões.

 

+ Um Perigo: Tirar o lugar de Deus.

- Uns reconhecem a autoridade do império,

  por isso servem aos interesses dele, pagando o imposto;

- Outros querem reconhecer a autoridade de Deus,

  mas deixam de lado o que é de Deus.

  O dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social,

  o clube de futebol… podem tomar o lugar de Deus e

  passam a dirigir e a condicionar a vida de muitas pessoas.

 

* Deus é, de fato, nosso único "Senhor", a quem servimos?

 

+ Conclusões da resposta de Jesus:

 
- "Dar a César..." (a imagem de César)

O Cristão tem obrigações com a Sociedade em que vive.

Nenhum país funciona se a população não der a César o que é de César...

O cristão deve ser um bom cidadão.

É uma obrigação moral, além de civil, contribuir para o bem comum

com o pagamento de impostos justos.

 

- "Dar a Deus" (o homem foi criado à "imagem" de Deus)

Por isso, seus direitos e sua dignidade devem ser respeitados por todos.

Nós somos o "seu Povo", que não pode ser vendido a nenhum César.

Se tiramos de Deus o que lhe pertence, devemos "devolver".

Só Deus é o "Senhor" de nossa vida...

 

- Dar à Comunidade cristã (devemos ser membro vivo e atuante...)

 

- Participar na Vida e Ação Evangelizadora e Missionária da Igreja...

  A Igreja no Brasil nos pede que todos devemos:

    "EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo,

    como Igreja discípula, missionária e profética,

    alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia,

    à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres,

    para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo". (DGAE)

 

- Colaborar pela sua manutenção, com o Dízimo...

  A Bíblia fala e condena os que "sonegam" o tributo do templo...


+ Estamos, de fato, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?

   Não podemos "sonegar" o nosso tributo

   nem a Deus, nem à Nação, nem à Comunidade...

sábado, 11 de outubro de 2014


Comum 0828: Aparecida

 

 

Celebramos hoje em todo o Brasil a solenidade

de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

 

A devoção a Nossa Senhora Aparecida, uma das principais expressões da piedade do povo brasileiro,

teve início em 1717, com três humildes pescadores.

Lançaram por muito tempo as redes no Rio Paraíba sem êxito.

No entanto, após ter encontrado em dois lances de rede o corpo e a cabeça

de uma imagem da Imaculada Conceição – a pesca foi abundante.

Os pescadores viram naquela imagem, apanhada nas redes,

um sinal de que não estavam sozinhos, nem desamparados.

 

A pequena imagem de terracota e de cor negra foi levada para a casa de um deles

e aí, então, passou a ser venerada  com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, porque foi achada (aparecida) nas águas do Rio Paraíba.

 

Aos poucos, as pessoas foram se reunindo ao redor daquela imagem para rezar e agradecer e, cada dia que passava, mais aumentava o número de fiéis devotos, tornando, então, necessário dar inicio a construção, em 1846, de uma igreja maior, inaugurada em 1888 e que hoje é conhecida como a Basílica Velha.

 

O número de romeiros continuava a aumentar, exigindo um templo ainda maior. Em 1955 iniciou-se, então, a construção do Santuário atual,

que está ainda em fase de acabamento.

 

Ela quis escolher essa terra para derramar as bênçãos de Deus

sobre o Brasil e o povo devoto que vai lá para venerar

a milagrosa imagem e para proclamar seus louvores e graças. 

 

A 1ª Leitura nos fala de Ester, uma jovem judia, que intercede

junto ao Rei pela VIDA do seu Povo. (Est 5,1b-2;7,2b-3)

 

A 2ª Leitura nos fala de uma "Mulher" que "apareceu" no céu. (Ap 12, 1.5.13ª.15-16ª)

 

* Essa "Mulher" simboliza o Povo de Deus, a Comunidade.

   No texto, representa a Comunidade-Noiva de Deus.

   E Maria aparece aqui como símbolo da Igreja nascente.

 

No Evangelho, Maria nos ensina que o melhor caminho

é "fazer sempre o que Jesus mandar" (Jo 2,1-11)

 

Jesus inicia a vida pública, participando num banquete de bodas

em Caná da Galiléia, com sua mãe e os discípulos.  

Durante a festa, Maria percebe que o vinho está acabando e

a festa corre o perigo de ser interrompida para vexame dos noivos.

Maria intercede e fala discretamente ao Filho: "Eles não têm mais vinho".

E dá aos serventes uma orientação: "Fazei o que Ele vos disser".

Os serventes cumprem a orientação de Maria e, a pedido de Jesus,

enchem as seis talhas de água.

"E a tímida água viu o seu Senhor e corou..."

 

A Mensagem da Aparecida:

A Mãe de Deus se manifestou de maneira simples,

sem fato espetacular, sem mensagem especial.

Mas, há uma mensagem bem clara, que brota da própria imagem e

do contexto histórico em que ela apareceu no rio Paraíba.

 

1. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS OFERECE JESUS:

a imagem pequenina é uma escultura da Imaculada Conceição. Ela está grávida, porque a missão de Maria é oferecer-nos Jesus, fruto bendito do seu ventre.

2. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS UNE A JESUS:

a cabeça vem separada do corpo. Como Maria é imagem da Igreja,

tal separação representa simbolicamente o Povo de Deus, como corpo

e o próprio Cristo, como Cabeça de uma nova humanidade.

É preciso unir corpo e cabeça para que o povo se torne Corpo místico de Cristo.

3. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS CHAMA A SER IGREJA:

foi pescada e colocada dentro duma Barca, símbolo evangélico da Igreja de Jesus. Ela nos convida a viver dentro da Igreja, como participantes fiéis e ativos.

4. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS CONVIDA À ORAÇÃO:

tem as mãos postas em oração, revelando seu papel de intercessora

junto a Deus por nós e convidando-nos a nos unir a ela em oração.

5. NOSSA SENHORA APARECIDA BROTA DAS ÁGUAS:

a água é elemento de vida e de purificação. Ela nos lembra a importância do

nosso batismo como novo nascimento e da confissão, como purificação e perdão.

6. NOSSA SENHORA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS POBRES:

Deixa-se pescar por três pescadores pobres e trabalhadores.

E as casas desses pobres tornam-se o primeiro templo de Nossa Senhora Aparecida.

7. NOSSA SENHORA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS NEGROS:

a cor negra da imagem traduz a solidariedade de Maria com a raça negra,

tão injustamente escravizada. Sua cor denuncia o pecado do preconceito racial

e anuncia a esperança de libertação.

8. NOSSA SENHORA APARECIDA É O SORRISO DE DEUS PARA NÓS:

os lábios da imagem estão entreabertos num doce sorriso. É um sorriso de bondade maternal, que alimenta nossa confiança na misericórdia de Deus para conosco.

         Que Maria proteja com maternal proteção todas as CRIANÇAS,

para que evitem todos os perigos desse mundo violento

e possam descobrir os verdadeiros valores da vida.

 

domingo, 5 de outubro de 2014

A Vinha do Senhor...



Estamos no mês de Outubro, dedicado ao ROSÁRIO e às MISSÕES, com o tema: "MISSÃO para libertar".



A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.



Na 1ª Leitura, Isaías, com o "Cântico da Vinha", narra a História do amor de Deus e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7)



É um lindo poema composto pelo profeta, talvez a partir de uma canção de vindima.

Através do profeta (o trovador), Deus (o Amigo) julga seu povo (a vinha), descrevendo o amor de Deus e a resposta do Povo.



- Um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários.

- O sonho dele era a colheita dos FRUTOS do seu trabalho...

- Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...

"Que mais poderia eu ter feito por minha vinha e não fiz?"

- Reação: Seu amor se transforma em ódio: derruba o muro de proteção, permite que os transeuntes a pisem livremente e que o inço tome conta...



* Os Frutos, que o Senhor esperava, eram "o direito e a justiça", respeito pelos Mandamentos e fidelidade à Aliança.

Ao invés, viu "sangue derramado" e "gritos de horror": infidelidade, injustiça, corrupção, violência...

Muitas manifestações religiosas solenes, sem uma verdadeira adesão a Deus.

Daí o castigo de Deus: a invasão dos assírios e depois dos babilônios, que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos.

* Hoje há ainda "sangue derramado" e Gritos de horror"?



Na 2ª Leitura, Paulo apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha.

São esses os frutos que Deus espera da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)



No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA. (Mt 21,33-43)



- Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia necessária e a confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.

- Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem a surpresa. Não entregam os frutos e maltratam os enviados...

Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.

A "Vinha" não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos...



* A parábola é uma releitura da História da Salvação: ilustra a recusa de ISRAEL ao projeto de salvação de Deus.

- A Vinha é o Povo de Deus (Israel).

- O Dono é Deus, que manifestou muito amor pela sua vinha.

- Os vinhateiros são os líderes do povo judeu...

- Os enviados são os profetas... o próprio Cristo "morto fora da vinha".



- Resultado: A "vinha" será retirada e confiada a outros trabalhadores, que ofereçam ao "Senhor" os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.

- Reação do Povo: tentam prender Jesus, pois percebem que a Parábola se refere a eles...



+ Quem são esses "outros", aos quais é entregue a Vinha?

Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.

- Que tipo de frutos está faltando?

Os homens do tempo de Isaías e também de Jesus eram muito piedosos, zelosos nas práticas religiosas, no respeito do sábado...

Mas não foi da falta disso que Deus se queixou...

- Isaías resume a queixa de Deus nas palavras do dono da vinha:"Esperei deles justiça, e houve sangue derramado;

esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos de socorro de gente que foi explorada e maltratada..."

* Será que isso acontecia só no passado?

Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia,

de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor.

Não podemos reduzir tudo a apenas umas práticas religiosas?



+ Os guardas da vinha quiseram até se transformar em "Donos"...

* Esse perigo não pode estar presente ainda hoje em nossas comunidades? Não somos "donos", mas apenas administradores...



+ Deus nunca desiste de sua obra de amor e salvação!

Uma Verdade consoladora, mas também um Alerta: Diante do fracasso com alguns... Deus não desiste...

Mas Ele recomeça com outros...

- Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos produzindo?



+ Missão para libertar!...

A Campanha Missionária desse anoconcentra sua ação evangelizadora dentro da realidade do tráfico humano, propondo-nos o tema:

"Missão para Libertar", e o lema: "Enviou-me para anunciar a libertação".

Hoje as vítimas do trafico humano representam a escravidão moderna.

Missão para libertar surge hoje como um grande desafio.

Está no centro da mensagem cristã e denuncia toda prática perversa de exploração, em que os seres humanos são tratados como mercadoria.

sábado, 27 de setembro de 2014


                  26° DOMINGO   Comum 1426: SIM, Pai

 

Celebramos hoje o "Dia Nacional da Bíblia"...

no último domingo de setembro,

em homenagem a São Jerônimo (30/09),

que dedicou 35 anos de sua vida na tradução da Bíblia...

 

A melhor homenagem à Bíblia é ler, estudar... e sobretudo VIVER...

Diante da Palavra de Deus, podemos dizer SIM,

assumindo um compromisso coerente ou evitar qualquer compromisso.

 

Na 1ª Leitura, Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilônia

a viverem com coerência o Sim dado ao Senhor e à Aliança. (Ez 18,25-28)

 

Na 2ª Leitura, Paulo apresenta o exemplo de Jesus:

despoja-se da condição divina, assume a condição humana

e diz "SIM" ao Pai até a morte de Cruz. (Fl 2,1-11)

 

O Evangelho fala de dois tipos de SIM. (Mt 21,28-32)

 

Continuamos a refletir sobre a Igreja, "Vinha do Senhor".

Vimos já que todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor...

 Hoje veremos qual pode ser a nossa resposta a esse chamado...

 

Com a Parábola, Jesus ilustra duas atitudes diversas:

Ao Pai que convida os dois filhos a trabalharem na Vinha,

o primeiro se nega no começo, mas depois acaba indo...

o segundo responde Sim, Pai, mas depois não vai.

E a parábola questiona: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?"

A resposta é clara: Não quem DISSE "Sim",

mas quem FEZ a vontade do Pai.

 

* A Parábola tinha endereço certo:

Os dois filhos representam dois grupos do tempo de Jesus:

Os "pecadores inveterados" e os "justos estabelecidos".

 

- Os judeus eram os "justos estabelecidos", fiéis praticantes da Lei,

que há séculos tinham dito o seu SIM a Deus pela Aliança,

e agora rejeitavam o Cristo, enviado de Deus e ficavam fora do Reino...

O modo como viviam o seu "Sim" à Lei

os levou a dizer "Não" ao Evangelho.

 

- Os "pecadores inveterados" eram os cobradores de impostos e as prostitutas,

que por muito tempo disseram NÃO à vontade de Deus expressa na lei,

mas agora acabavam dizendo "SIM" ao apelo de Jesus e

entravam no Reino, seguindo a sua proposta.

  

É interessante notar que essa parábola só foi narrada por Mateus,

um cobrador de impostos, antes considerado um pecador público e

agora um discípulo ardoroso de Cristo.

 

+ O que a PARÁBOLA nos diz HOJE?

   Também em nossos dias, Deus continua tendo dois filhos:

- Alguns, no Batismo, dizem "Sim", mas depois, na vida concreta,

  transformam o "Sim" em muitos "Não".

- Outros nunca disseram um "Sim" explícito para Deus,

  mas, na prática de cada dia, amam o irmão, se sacrificam pelos outros,

  executam muitas obras de caridade.

  Estes, ainda que não batizados, são verdadeiros Filhos de Deus...

"Nisto conhecerão que sois meus discípulos,

 se vos amardes uns aos outros como eu vos amei..."

 

- Hoje muitos, que se dizem católicos, afirmam: Cristo SIM, Igreja NÃO.

Não é possível ser CRISTÃO, prescindindo da IGREJA.

Somos cristãos pela graça de Deus e essa graça nós a recebemos na Igreja,

fundada por Jesus, como sacramento universal de salvação,

como fonte e sinal do favor de Deus à humanidade

como povo eleito, organizado e unido na comunhão da caridade

sob a animação pastoral dos apóstolos e dos sucessores.

 

* Não é suficiente uma adesão verbal a Cristo...

Não bastam palavras bonitas, se não refletem a sinceridade do coração.

Não basta pertencer a um grupo religioso,

e não ter um olhar atento para perceber o caminho da justiça...

"É melhor ser cristão sem dizê-lo, que o dizer sem sê-lo".

 

- A que grupo pertencemos? A que filho nos assemelhamos?

  Ao primeiro, ao segundo? Ou um pouco de cada?  

  Ou seria melhor que fôssemos como o terceiro filho,

  do qual a parábola não fala: aquele que diz "Sim" e vai mesmo!

 

+ Todos são chamados a trabalhar na vinha do Pai.

Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção

de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno.

Os chamados de Deus, nós os conhecemos pela sua Palavra,

contida na BÍBLIA, cujo dia hoje comemoramos.

 

+ Qual é a nossa resposta à Palavra de Deus?

  - SIM, nós compramos a Bíblia e a colocamos num lugar nobre da casa,

    mas NÃO a lemos, muito menos nos esforçamos em vivê-la?

  - Aceitamos toda a Bíblia, sem preconceitos e sem interesses...

    também os pontos que nos questionam e nos comprometem:

    Ou, isso Sim, isso Não!...   Batismo sim, Casamento não...

 

Ela nos garante:

"Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática..."

Façamos nossa Profissão de fé = nosso SIM à PALAVRA DE DEUS...

De mão estendida para a Bíblia: cantemos:

 "Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé..."