Atualidade:
A formação de líderes das comunidades cristãs, pastores, leigos e religiosos e religiosas, permanece uma das tarefas mais urgentes e necessárias hoje. Não é difícil intuir os motivos disto:
"A humanidade encontra-se numa fase de "gestação" de um mundo novo, realizando uma ruptura com o passado". Foi posto em discussão um conjunto de elementos e de princípios de como a Religião e as religiões, a cultura, a filosofia, a tecnologia, a política e as comunicações, que suscitaram uma nova visão diferenciada do homem de hoje, e da sociedade, além de diferentes modelos culturais, estilos de vida e atividade sem rumo e sem metas.
Encontramo-nos diante de uma mudança da nossa época que chegou a gerar uma profunda crise no modo de pensar o homem e a sua identidade, na forma de sentir e de viver a realidade e a verdade, a ponto de modificar quase radicalmente os paradigmas que regem a cultura de todo mundo.
Vai-se construindo uma renovada antropologia humana, e, novas antropologias particulares isto tem influenciado vigorosamente o Cristianismo, e mais do qualquer outra religião, porque constitui-se como religião inserida na história e por conseguinte foi chamado a confrontar-se com as novas situações que se criaram em todas as partes.
Os cristãos são chamados a entrar nesta dinâmica e não podem perder este encontro histórico, que assinala o futuro da humanidade.
Para que a mensagem de Cristo possa ser comunicada e compreendida, é urgente formar as novas gerações, especialmente quando se forjam os novos modelos culturais, para a civilização do amor e do conhecimento, que nos é dado e ditado por Cristo, na proclamação do seu Reino.
A educação deve ser capaz de formar as pessoas para a construção de uma sociedade alternativa, não raro de uma própria contracultura, em relação aquela que está em vigor.
Somente se forem adequadamente preparados, os cristãos a esta nova situação, poderão evangelizar aquele imenso mundo, que é a cultura, e assim contribuir para a educação do homem em si e da humanidade toda, e ser protagonista da plena realização do seu próprio fim, que está sempre mais próximo:"Esta é a Missão da Igreja!"
A formação, então, deve ter em vista a preparação de pessoas capazes de transmitir e inculturar o sentido de liberdade de todas as imposições, tanto político-sociais, da escravidão de crenças ancestrais como a feitiçaria, a crendice e a superstição, que oprimem e ainda hoje atormentam as pessoas, impedindo também o desenvolvimento da economia e da sociedade, nos países onde ainda estão presentes.
Uma falta de formação científica e espiritual, está na base daquilo que pode ser considerado um flagelo que aflige muitas pessoas e até inteiras populações. A formação deve ajudar, outrossim, os indivíduos a ir além dos próprios preconceitos culturais, raciais e religiosos, rumo a um encontro e a uma fecundação recíproca entre si.
Somente se as pessoas forem formadas, a diversidade entre as culturas e as religiões, poderão tornar-se uma riqueza para com a humanidade e não ser um motivo de intolerância e de conflitos, ou de comércio apenas, na tentativa de realizar uma convivência pacífica interna a si própria.
Devemos voltar a descobrir os valores espirituais, conservando a originalidade e a identidade do Cristianismo. É daqui que se vê a urgente formação de quem pretende ser formador ou tem a delicada missão de transmitir a Palavra de Deus e de formar os formadores das futuras comunidades cristãs.
Trata-se de uma formação integral, inteligente e integrante, que por vocação somos "obrigados" a assumir ou sumir de vez. Por conseguinte, não é suficiente ser formado, mas ter a capacidade de penetrar e viver o mistério insondável de Deus, de quem e por quem devemos estar impregnados totalmente de sua Pessoa.
Então, alguém que comunica a compreensão da fé e a vive. A formação Cristã, então, se torna um processo, que se realiza em Cristo Divino Mestre, como discípulos que somos. Omnis terra veneratur!
Uma Feliz Páscoa a todos e a cada um!
Cônego Gino Serafin.
